Sobre

Anne Victorino d’Almeida

É compositora, violinista e professora de violino na Escola Artística de Música de Conservatório Nacional (Lisboa) desde 2004. Nasceu em 1978 em França e é a filha mais nova do compositor António Victorino D’Almeida e Sybil Harlé. Iniciou em 1986 aulas de violino na Fundação Musical dos Amigos das Crianças com Inês Barata, com quem estudou durante onze anos, concluindo nessa mesma escola o 8º grau sob orientação de Leonor Prado. Licenciou-se em 2003 na Academia Nacional Superior de Orquestra, na classe de Agnès Sarosi. Foi igualmente orientada, após a sua licenciatura, por António Anjos. Teve a oportunidade, ao longo da sua formação, de frequentar diversos cursos e classes de aperfeiçoamento com violinistas e pedagogos conceituados, tais como James Dahlgreen, Gerardo Ribeiro, Galina Turtchaninova, Gilles Apap e Maxim Vengerov. Em 2004, frequentou e concluiu o primeiro ano de direção de orquestra na Academia Superior de Orquestra.

Como violinista, tocou regularmente com diversas orquestras nacionais, destacando-se a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Filarmónica Portuguesa e Orquestra Sinfonietta de Lisboa entre outras.

Na área da docência, a par das aulas que leciona no Conservatório, orientou diversas masterclasses no território nacional e no estrangeiro, destacando a Escola Portuguesa em Maputo (Moçambique) em 2011 e 2012, a Oficina da Música de Curitiba (Brasil) em 2013 e a Cidade de Praia (Cabo Verde) em 2017 e foi, por diversas vezes, júri de vários concursos nacionais.

Como violinista, foi membro fundador do Quarteto Lopes-Graça de 2005 a 2014, atuou com grande frequência nas maiores salas portuguesas e estrangeiro, destacando-se Andorra em 2008 e Brasil em 2013 na Oficina da Música em Curitiba, em Sorocaba e Brasília. Com esse quarteto, gravou em 2008 o CD Música Portuguesa para Quarteto com obras de António Victorino d’Almeida e Fernando Lopes-Graça, recebendo com esse disco o Prémio Autores SPA. Atualmente, é a violinista e membro fundador do Trio Rumos Ensemble, criado em 2025 e grupo camerístico com maior carreira internacional em Portugal, tendo atuado em mais de 20 países de 4 continentes.

A composição tem ocupado um lugar de maior destaque na sua carreira artística a partir de 2016, tendo, hoje em dia, a sua música apresentada publicamente e gravada com muita regularidade em Portugal e no estrangeiro.

Nessa área, iniciou a sua carreira obtendo o prémio de melhor proposta musical no concurso “Teatro na Década 97”. Compôs igualmente a música de diversas peças de teatro encenadas no Instituto Português da Juventude, Teatro da Comuna e Teatro da Trindade. Em 2006, compôs a banda sonora do documentário “Cartas a uma Ditadura” realizado por Inês de Medeiros, exibido em diversas salas de cinema do país e estrangeiro, assim como a banda sonora da curta-metragem “Stroke” de Sofia de Botton. Em 2014 escreveu a banda sonora e o argumento da curta-metragem “A Carruagem”, realizado por João Vasco, premiado com uma menção honrosa no Concurso de Vídeo do Inatel e vencedor em 2015 do Grand Prix Cinérail em Paris. Em 2023, compôs a banda sonora da longa metragem “Mi Hermano Ali” de Paula Palacios. Várias das suas obras são anualmente peças obrigatórias em diversos concursos. Foi compositora residente do Festival Gravíssimo!, edição 2017, 2018 e 2019,  e compositora residente da Orquestra de Câmara de  Cascais e Oeiras em 2018. No âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França, o seu concerto para Piano e Orquestra op.78 foi estreado em fevereiro de 2022 na Philharmonie de Paris pelo pianista Bruno Belthoise, com a Orquestra de Picardie sob direção do Maestro Michael Cousteau, assim como a sua obra Nazaré no Théâtre des Champs-Elysées, também em Paris, pela Orquestra Filarmónica Portuguesa, sob direção do Maestro Osvaldo Ferreira.  

Em 2019 orquestrou o genérico do Telejornal da RTP, interpretado pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, projeto vencedor  do prémio de prata do “Prémio Marketing, Autopromoções e Inovação – Meios e Publicidade” e em 2020 compôs os separadores da RTP2 no ar desde o dia 25 de abril desse ano.

Em 2019, lançou o CD duplo “A Sombra dos Sentidos” com obras de câmara de sua autoria com etiqueta AvA Musical Editions, apoiado pela SPA e GDA, e em 2021 o disco “Trilogia” com três obras concertantes com os solistas Janete Santos (flauta), Joana Cipriano (viola d’arco), Ana Maria Pinto (soprano) e Gilles Apap (violino) sob a direção do Maestro Pedro Neves. Prevê-se que em 2025 seja lançado o seu terceiro disco intitulado “Importuna Razão” com três obras de câmara.

Enquanto autora, foi-lhe atribuído em 2019 o prémio Harvey Philips Award em Iowa (EUA) com a obra “Contos&Improvisos” para tuba e piano atribuído e em 2023 venceu a 1ª edição do Prémio Internacional de Composição Darcos.

Ocupou cargos de gestão, designadamente a Direção do Conservatório Nacional enquanto adjunta (2017-2019), membro do Conselho de Administração do Opart E.P.E (2019-2022) e foi Presidente da AD EDIT em 2025.

Anne tem dedicado uma parte significativa da sua atividade na defesa e luta pelos direitos dos artistas e nos direitos dos autores sendo, aliás, membro fundador da AD EDIT – Associação de Editores de Partituras e Compositores. Como intérprete, é representada pela Gestão dos Direitos dos Artistas, como autora é representada pela Sociedade Portuguesa de Autores da qual é cooperadora, e a reprodução das suas partituras é protegida pela AD EDIT.

A sua obra é exclusivamente editada pela AvA Musical Editions.

Atualmente, Anne compõe com grande intensidade, ensina no Conservatório Nacional, atua somente com o Rumos Ensemble e, excecionalmente, noutros projetos de câmara.

Por fim, tem cinco gatos adotados e é a mãe da Mariana, da Francisca e da Constança.